sábado, 13 de julho de 2013

GUERRA MUNDIAL Z

#dica #cult






Guerra Mundial Z 












"Movimento é Vida"
"A mãe natureza é uma serial killer"


Nota 8


"Existe energia e dinamismo em Guerra Mundial Z, mais que um blockbuster ou o começo de uma franquia, mas sim, uma série de fatores explosivos em um roteiro 

pensante, mesmo após inúmeros filmes do gênero, ele consegue ousar e abusar na  capacidade do que se propõe: Refletir quem nós somos, em nossa existência declinante."
Harry Sales

Sob o enredo dos bárbaros roteiristas, Matthew Michael Carnahan  (Leões e Cordeiros e O Reino), Drew Goddard (LOST e Cloverfield), Damon Lindelof (Prometheus) e J. J. Michael Straczynski (Thor e A troca), temos uma compilação de ideias, finais e reedições das filmagens, até chegar nesta película final, porém, se você espera um filme realista ao  mundo de Max Brooks, naquele livro homônimo e excelente com várias vidas narrando a sobrevivência, esqueça, temos um roteiro inicial muito bem pensado para uma sequência de três filmes.

Então, vá e espere poder admirar apenas e sair satisfeito.

Gerry Lane/ Brad Pitt (Os doze macacos)

é um pai e investigador da ONU aposentado, que se vê convocado em meio a toda a destruição em massa que desolou a humanidade, para ir a campo atrás da suposta cura. 
O roteiro não enche linguiça, simplesmente vai atrás de seus objetivos, a contaminação mundial é exemplificada em 10 segundos, ele joga informações das mais diversas, por exemplo, até a culpa das companhias aéreas pelo contágio em massa (Existe uma cena em um avião de tirar o fôlego).
Dentro disso, vemos sua família, Karin (Mireille Enos), Constance (Sterling Janes) e Rachel (Abigail Hargrove) deixadas para trás em um porta aviões no oceano, em meio a criação de um conflito e diálogos constantes com uma carga de com laços afetivos, fato que teríamos um clichê americano.


Primeiramente preciso falar de algo que irão notar muito no filme, a velocidade: a cena em que Brad Pitt mata o zumbi, e entra em contato com ele, de tão rápida que ocorre: com ele voando para a beirada de um prédio, caso se transforme, e não ponha em risco os seus.
É tão rápida, que só entendi depois.

É uma ótima ideia, que poderia render maior impacto, mas como disse, muito rápida, e pode passar direto.

Também tem os zumbis, olha, eles estão no filme, e quando aparecem em Guerra Mundial Z, o filme acaba funcionando como um frenético filme de ação – as hordas de zumbi são um exército que ataca em massa, destruidores como tsunamis, furacões, pois é assim que o raciocínio contra os zumbis nos é apresentado.



Uma dica: não espere monstros reflexivos ao estilo de George Romero  (A noite dos mortos vivos e O despertar dos mortos) ou os do livro – Gerry Lane e companhia reestruturaram tudo de forma coesa eficiente. 


De uma das premissas tiradas do livro, o muro de Jerusalém e os sumbiz escalantes, é uma das cenas que pra mim, reinventam o estilo "zoombie-movie" nos cinemas, vai além de tudo o que foi feito, inclusive toda a cena em Israel, desde sua chegada até sua saída, minha parte favorita no filme.

Existe uma cena incrível, cheia de falas impecáveis no local, é quando um personagem diz ao protagonista: "Cada ser humano salvo é um zumbi a menos para combater".
uma frase realmente fatal em sua lógica. 
Outra percepção que tive, foi da cena final, deveriam usar muito mais, mas, muito mais mesmo de drama e intensidade para catalizar uma tensão avassaladora em tudo o que o filme fez, porém, não acontece isso, mas a cena flui e se auto explica muito bem, apenas gerando um ambiente aflito.




PLUS
Como quase publicitário, e amante da 7° arte, procuro Branded Content, Transmidia, Convergência e Product Placement em tudo, e no filme existe a inserção da Pepsi, e ela acontece da seguinte forma: vejo uma luta por duas horas e poucas de sobrevivência no que parecia ser o fim de tudo, e no seu clímax, eis que o Product Placement surge, com um pouco de dúvida, alguém na Paramount Pictures pensou que este seria o momento e o ator toma uma Pepsi gelada, (Só faltou olhar pra tela, sorrir, fazer um: AAAAAAAAAAAAAAAAHHH e falar no fim: POR QUE EU MEREÇO) e isto meio que quebra a tensão por instantes, é uma cena MUITO inserida no roteiro.

Esta cena deveria ser mais pensada pela marca. Bom, comigo surtiu o efeito e ela demonstra sua função, entendi que: Fiz algo pelo mundo, estou cansado e que venha minha celebração com uma Pepsi gelada, e só.



Análise Técnica
Nos deparamos com uma ótima cena de abertura em planos abusados do diretor Marc Foster (007 - Quantum of Solace e O caçador de pipas), elas tem várias imagens borradas recortes, é escura e editadas em plano duplo, perfeitas pra deixar você alucinado de cara. 


Em sua ótica violenta de pegar os filmes e transformar tudo em AÇÃO, não deixou barato com GMZ, os zumbis (ótima abordagem do arquétipo e referência, já que em produções do estilo, no passado, não achava muito a palavra ZUMBI, assim expressada) ficam quase que de lado até certo ponto da trama. E o que vemos são muitas cenas em narrativa crescente.






Algo que me chamou muita atenção no enredo foram as excelentes locações, o filme se passa nos USA (NY), Reino Unido, Gales, Índia, Coréia do Sul e Israel, é absurdamente incrível, como o filme se desloca por estes países de forma linear, nos conduzindo em cada local, seja pela temperatura da iluminação ou pelos usos das paisagens, o filme faz o que quer com as locações.

(no livro existe o capítulo fantasticamente detalhista, que acontece em São Paulo no Brasil).
Este signo multicultural é uma alusão – até passageira e transcendente – ao texto de Max Brooks, feito em relatórios contando como os zumbis se apoderaram da terra.
 O filme muda de país como se mudasse de bairro, em tomadas rápidas, e inacreditáveis. É a cultura americana no seu máximo, exatamente por isso, não poderia ter os elementos socialmente críticos, ácidos do autor.


As tomadas aéreas no oriente, na cidade religiosa, são esplendidas, vemos uma grande evolução em tudo, trabalho majestoso do diretor de fotografia Ben Seresin (Transformers - Vingança dos derrotados) que se destaca muito na minha ótica, a arte do cara está sensacional!


Percebo que a arte de Jon Billington, em sua direção, foi muito específica, já que se tratava de um filme apocalíptico, este gênio de obras como Titanic e Troia, mais uma vez, realiza uma obra perfeita.


Juntando estas informações, é possível viver e sentir o que Brad Pitt vive, em tons médios e cremes, vulneráveis a tons cinzas intensos, climas frios e de intensa reflexão para onde a humanidade esta indo, com climas quentes, de rebeldia e vivência da esperança na humanidade.

O filme se contrasta furiosamente, e como você navega pelo enredo furiosos, cheio de reviravoltas, eu digo: depende de como e quando você interpreta a essência da 7° arte.

Existe uma cena de transito, em uma nova Iorque apreensiva, chuvosa e em um ritmo desenfreado, que foi feita com tanta maestria, e integridade ao que o roteiro adaptado do livro demonstra, que você consegue entender o por que em um filme de um diretor de ação, sobre apocalipse, consegue se deixar de lado ações desesperadoras de transito com batidas, quebra-quebras e explosões.

A trilha sonora é ótima, quando Muse (introduzidos em trilhas por Crepúsculo) surge na situação de plano de fundo com Isolated System, já percebe-se que o maravilhoso e competente Marco Beltrami (Pânicos 1,2,3 e 4 e Eu Robô), pensou muito em cada detalhe da trilha, eletrônica, viva! Com um ritmo delicioso fugindo dos padrões "PAM, PAM PAM PAM, PAM", sente-se um embalo envolvente e horizontal até em todas as cenas, onde somente o silêncio é escutado (outra sacada genial do cinema de Marc e Marco = o silêncio, é precioso) você abraça e se emociona com o fluxo da imagem e o som/não som, uma casamento perfeito em guerra mundial z.
Muse - Isolated System


PERFEITAS sacadas, um trabalho experimental e no meu ver de sucesso.Indico muito o filme e acho que ele soa bem, nos deixa presos a ele e, seu efeito acontece.


Gênero: AçãoDuração: 116 min.Distribuidora: ParamountClassificação: 12 Anos
Veja onde assistir, valores e horários abaixo: